Por Leonardo de Sá Foto: Sylvia Maria Guerra Anastacio no FIGT Conference Iniciativa de professora da Universidade Federal da Bahia promove a democratização e acessibilidade de livros clássicos A literatura precisa ser democratizada não só em condições de distribuição e aquisição, ou de formação de público leitor. Ela também precisa estar atenta às necessidades de acessibilidade para os corpos plurais que constituem a sociedade cidadã. Nesse sentido, o Projeto “Tradução, Processo de Criação e Mídias Sonoras” tem atuado de maneira muito assertiva na Universidade Federal da Bahia, promovendo a produção de audiolivros a partir de textos traduzidos para o português e adaptados para peças radiofônicas, com o intuito de compor um acervo disponível para pessoas com deficiência visual. O projeto também prevê a utilização por um público que não tenha deficiência mas que esteja, de algum modo, interessado nesta linguagem, além de textos voltados para famílias com microcefalia. Idealizado pela professora Sílvia Maria Guerra Anastácio, da UFBA, o projeto está em vigor desde 2006 e surgiu a partir de um sério problema de visão que a acometeu. Atualmente, a iniciativa sente os impactos da ausência de verbas para a universidade pública, e está buscando financiamento coletivo para conseguir dar andamento às novas publicações. “Os audiolivros são distribuídos gratuitamente para bibliotecas e instituições de cegos, o que garante abrangência nacional. É um projeto coerente, e tem potencial de sustentabilidade”, comenta Vera Esaú, avaliadora do Prêmio IPL Retratos da Leitura.