José Alves, do Núcleo de Tecnologia e Educação do Cenpec e Patrícia Diaz, diretora de Desenvolvimento Educacional da Comunidade Educativa (CEDAC) comentam as principais características dos finalistas do Prêmio IPL 2019 da categoria Organizações Sociais Civis Se a gente comparar o ano passado e 2019, quais são as principais diferenças entre os projetos? JA – A impressão que eu tenho é de que os projetos estão mais consistentes, eu acho que isso até tem a ver com a forma como as iniciativas foram contadas pelos proponentes: houve uma preocupação maior em estruturar a maneira como contariam as ações, o que é muito importante.Eu acho que são projetos bem relevantes, trabalham fortemente em escolas públicas, com formação de professores, com formação de mediadores comunitários, vão para além da simples distribuição do livro e da leitura como algo somente intuitivo. Há todo um trabalho de bastidores que eu acho muito importante e que precisa ser iluminado. Tivemos também iniciativas que atendem diversos públicos. Poderiam comentar esse fato? JA – Sim, recebemos projetos que trabalham em perspectivas diferentes: com população privada de liberdade, que priorizam a questão da acessibilidade, com escolas. Então, vimos uma gama grande de maneiras de chegar ao público leitor e acreditamos que elas estejam contempladas entre os finalistas. A ideia é um pouco mostrar para o Brasil, via Prêmio, que a leitura pode ser trabalhada com públicos diversos, de maneiras diversas e com intencionalidades diversas. PD – São várias vozes, de vários públicos, contempladas nos projetos. E eu acho que a qualidade dos projetos tem a ver com a maturidade e a relevância do prêmio, pois as pessoas estão muito confiantes e têm demonstrado achar que vale muito a pena concorrer a ele. Patrícia, como foi sua estreia na categoria, depois de ter avaliado as bibliotecas no ano passado? Estreei na categoria e fiquei muito contente porque vi projetos muito consistentes em várias regiões do Brasil. Ao ler os relatos, a gente se transporta pra esses lugares. E o que mais me impressionou foram os depoimentos dos públicos atendidos. Eu acho que por mais que os candidatos descrevam os projetos, na hora que a gente lê relatos ou vê vídeos com os impactados, a gente percebe a diferença que o projeto está fazendo naquela localidade.