“Festival Mário de Andrade – A Virada do Livro”, acontece de 4 a 6 de outubro com mais de 150 atividades gratuitas realizadas em onze pontos da cidade A cidade de São Paulo vai ganhar, pela primeira vez, uma festa de rua dedicada ao livro e à leitura: o Festival Mário de Andrade – A Virada do Livro. Parte do calendário integrado da cidade, o Agendão, do programa São Paulo Capital da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), o festival será realizado entre os dias 4 e 6 de outubro. Serão mais de 150 atividades, todas gratuitas, entre conversas com autores, oficinas, espetáculos de rua, duelo de cordel, sarau, teatro, dança e música, realizadas em onze pontos da cidade. Clique aqui e acesse a programação completa, com os endereços. “Esse tipo de política cultural tem o lado importante para a formação dos cidadãos. Quando falamos em ampliação da leitura, difusão dos livros, estamos falando da formação da consciência, da cultura crítica, do conhecimento do mundo e, portanto, da formação dos paulistanos. Fomentar o livro é fomentar uma sociedade mais crítica e mais consciente do seu papel”, disse o prefeito Bruno Covas O evento promove a ocupação cultural da cidade em um grande encontro inspirado na cultura do livro, reunindo autores, editores, leitores, bibliotecários, livreiros, coletivos e públicos de todas as idades e de todo o Brasil. O projeto, que se propõe a contribuir para a importantíssima formação de leitores no país, celebra a arte literária, o conhecimento em humanidades e a pesquisa científica. “Nós temos várias ações no sentido da difusão literária, com o objetivo de melhorar os índices de leitura na cidade. Esta ação vai a esse encontro, com um evento de grande porte que chega para aprimorar ainda mais o calendário de eventos da cidade. Uma ocupação cultural e um grande encontro inspirado na cultura do livro, como acontece em várias cidades no mundo todo”, disse o secretário municipal de Cultura, Alê Youssef. Batizado Corredor do Livro, o trajeto entre a Biblioteca Mário de Andrade e a Praça das Artes, passando pela Rua Coronel Xavier de Toledo e pelo Theatro Municipal, é o eixo central do evento, que se espalha ainda por pontos como os centros culturais Tendal da Lapa e Cidade Tiradentes, Centro de Culturas Negras e Centro Cultural da Juventude. A área ao ar livre ocupada pelo festival compreende cerca de um quilômetro e meio, considerando o entorno dos três equipamentos centrais. Neste trecho, cem tendas abrigam as principais editoras, livrarias, bancas e coletivos do país. Nomes como Companhia das Letras, Record, Todavia, Planeta, Editora 34, Ubu, Zahar, Saraiva, Banca Tatuí, Malê, Libre, Editora da Unesp, Imprensa Oficial, Edições Sesc SP, Senac, Giostri, Leia Mulheres, Flima (Festa Literária Internacional da Mantiqueira), Quilombhoje, Poetas do Tietê, Coletivos Ponte Cultural, Nômade, Perifatividade e Fantasistas, Livraria do Comendador e Território Geek, entre muitos outros, marcam presença no trajeto. “Este evento representa a valorização da leitura, trazendo o livro como um componente indispensável para o desenvolvimento da sociedade. Essa base do conhecimento, com a leitura oferecida por este projeto me parece algo fundamental”, destacou o diretor do Sesc SP, Danilo Miranda. No espaço, estão representadas iniciativas editoriais voltadas para a diversidade LGBTQIA+, a questão racial e o feminismo. Os expositores aderiram massivamente ao chamamento público lançado pela Secretaria Municipal de Cultura num movimento que posiciona o festival, já em sua estreia, como um novo incentivo em meio à crise do mercado editorial. Programação O Festival valoriza e promove a leitura e a literatura em todas as suas manifestações, ampliando o reconhecimento e o fortalecimento de tradições e também de expressões e tecnologias literárias contemporâneas. Em três dias de programação intensa e integrada, o evento consolida o trabalho de formação de leitores; a potência cultural de novas linguagens, saraus e slams; e a circulação de escritores, livros e ideias. Além de conversas com autores, a programação inclui música, teatro, dança, oficinas e tendas de coletivos, editoras e livrarias, sempre com artistas e espetáculos em diálogo com a literatura. A abertura do evento, dia 04 de outubro, às 19h, na Praça das Artes, é marcada pela apresentação compacta de “Yebo”, espetáculo no estilo gumboot dance (dança de botas de borracha), criado pelos trabalhadores das minas de ouro e carvão da África do Sul, no século XIX. A coreografia aborda a exploração tanto dos minérios como dos sete povos que os extraíam, assim como a espera das mulheres por seus maridos mineiros. Após a apresentação, o Festival recebe o autor moçambicano Mia Couto, laureado com o Camões, mais importante prêmio de literatura da língua portuguesa. Em conversa com a jornalista, escritora e atriz Bianca Ramoneda, serão abordadas questões como as relações do homem com seus pares e o planeta, analisadas sob uma perspectiva africana e literária. Na ocasião, o ator Silvio Restiffe lê trechos da obra do autor. No sábado (05), as ruas são ocupadas com o espetáculo “Um Quilômetro de Baile”, comandado pelo grupo Bolo de Rolo, que faz o trajeto da Biblioteca Mário de Andrade para a Praça das Artes. A tradição das festas populares brasileiras comemorada em uma performance com cerca de 40 artistas. No Theatro Municipal, a atriz Fernanda Montenegro, indicada ao Oscar por “Central do Brasil”, lança o seu livro de memórias “Prólogo, Ato, Epílogo” no domingo (06), relembrando sua trajetória em conversa com a jornalista Marta Góes, colaboradora do livro. Já a programação da Praça das Artes reúne debates, bate-papos e intervenções. Entre os destaques, o encontro da moçambicana Isabela Figueiredo, autora de “Caderno de Memórias Coloniais”, com Milton Hatoum, autor de “Dois Irmãos” (05); o espetáculo “Goitá”, que reúne a companhia de dança Cisne Negro e a companhia de teatro de bonecos Pia Fraus (06); a conversa sobre natureza, ação predatória do homem e criação artística entre o líder indígena, ambientalista e escritor Ailton Krenak e a artista visual da região amazônica Berna Reale (05); e o bate-papo da autora gaúcha Angélica Freitas com a escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho sobre arte, criação, feminismo e o lugar do escritor nos debates das grandes questões do mundo. Na Biblioteca Mário de Andrade, oficinas, teatro e música compõem a programação. Entre os destaques está a peça “Amar, Verbo Intransitivo”, texto de Mário de Andrade. Com direção de Dagoberto Feliz, o espetáculo tem apresentações sexta (04), sábado (05) e domingo (06). Na programação infantojuvenil, duas peças da Cia. das Cores: “Chiquinha Gonzaga, a Menina Faceira” (05) e “Tico-Tico” (06). A programação musical da Mário fica por conta dos shows Dueto, voz e violão com Livia & Arthur Nestrovski (06); e “La Commedia é Finita” (05), com Rômulo Fróes, Clima, Rodrigo Campos, Kiko Dinucci, Juliana Perdigão, Richard Ribeiro e Fábio Sá, num show com canções compostas por Clima e Nuno Ramos. Entre as oficinas ministradas na Biblioteca Mário de Andrade, destaque para temas como poesia, com Angélica Freitas (05 e 06); performance, com Ricardo Aleixo (05 e 06); romance, com Assis Brasil (06); e contos, com Socorro Acioli (05 e 06). Uma programação especial do Centro de Pesquisa e Formação – Sesc SP oferece oficinas como as de conservação em acervos, com Fernanda Kelly Silva de Brito (05); e estudos de palavras, com André do Amaral (06). O palco da praça Dom José Gaspar recebe uma programação focada em manifestações poéticas e populares, com cordel e slam de poesias. Entre os destaques, a homenagem “Um Sarau Para Mário” (05), da qual participam os poetas Binho, Sacolinha e Luiza Romão e o ator Paschoal da Conceição, interpretando o homenageado; e Peleja de Cordel: Encontro de Seis Cordelistas, com artistas de cinco estados brasileiros que recitam versos de várias épocas, seguindo a tradição do gênero literário. No domingo, a Dom José Gaspar é palco do debate “Escritos na Rede”, que propõe uma conversa sobre redes sociais, literatura e comportamento. O bate-papo conta com a presença do ilustrador Aureliano Medeiros, autor de “Madame Xanadu”; da youtuber Liliane Prata, autora de “O Mundo Que Habita em Nós”; e da poeta Ryane Leão, autora de “Tudo Nela Brilha e Queima”. O palco também recebe “Coro de Vozes Comuns – Voco”, uma intervenção comandada pelo performer Ricardo Aleixo. Parceiro da primeira edição do Festival Mário de Andrade, o Sesc São Paulo apresenta, entre os dias 4 e 6, uma programação especial na unidade 24 de Maio e no Centro de Pesquisa e Formação. Entre os destaques, a Feira de Publicações das Edições e Selo Sesc, com livros, CDs e DVDs; bate-papos sobre conservação de acervos e cultura negra; contações de histórias; duas apresentações da Orquestra Modesta, com repertório do álbum “Canções para Pequenos Ouvidos”; a coreografia “Mar: Uma Dança com o Vento”, de Marina Guzzo; e o show com contação de causos do violeiro Levi Ramiro. Nos palcos descentralizados, os destaques são a conversa com o artista angolano Kalaf Epalanga (05), no Centro de Culturas Negras; e o encontro do moçambicano Mia Couto com Milton Hatoum (06), no Tendal da Lapa. Na Praça das Artes, a neta de Nelson Mandela, Zamaswazi Dlamini-Mandela e Sam Venther, organizadora das cartas da prisão, encerram o Festival com um tributo a Mandela, ganhador do Nobel da Paz. A conversa é mediada pela historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz e o ator Felipe Soares fará leituras das cartas de Mandala. Transmissão ao vivo pela Spcine Play Parte da programação da primeira edição do Festival Mário de Andrade – A Virada do Livro será transmitida ao vivo para todo o Brasil pela Spcine Play. O público poderá acompanhar grandes momentos da maratona literária na única plataforma pública de streaming do país, pelo site www.spcineplay.com.br A transmissão da programação ao vivo pela plataforma começa na sexta (04), com bate-papo com o escritor moçambicano Mia Couto. Intitulada “uma casa chamada terra”, a conversa será guiada pela jornalista, escritora e atriz Bianca Ramoneda e traz uma perspectiva africana e literária para a relação dos seres humanos com o planeta. O painel vai ao ar às 19h30, direto da Praça das Artes. Já no domingo (06), para fechar a programação ao vivo, às 19h, Zamaswazi Dlamini, neta de Nelson Mandela, e Sahm Venter, responsável pela reunião de sua correspondência, relembram o legado humanista do líder africano, ganhador do Nobel da Paz. A ação faz parte da estratégia da Spcine Play de exibir a efervescência cultural da cidade, incluindo shows e espetáculos realizados pela Secretaria Municipal de Cultura. Em maio, a plataforma transmitiu 4 horas de programação da Virada Cultural. A curadoria da plataforma inclui ainda mostras digitais simultâneas aos principais festivais de cinema do país (como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o Festival In-Edit de Documentários Musicais e o É Tudo Verdade) e um catálogo de clássicos do cinema brasileiro. Fonte: Prefeitura de São Paulo