A leitura pode ser algo transformador na vida de uma pessoa. Além de ampliar o vocabulário e a capacidade de compreensão, este hábito permite conhecer novos mundos e vivenciar diferentes emoções. Entretendo, a leitura não é um hábito comum entre os brasileiros. De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, lançada em 2016 pelo Instituto Pró-Livro, mais da metade da população brasileira se considera leitora, mas leem apenas 4,96 livros por ano. Deste total, 2,43 foram terminados e 2,53 foram lidos em partes. Para Zoara Failla, coordenadora da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e responsável pela área de projetos do Instituto Pró-Livro, a maior importância da leitura é que ela amplia a visão de mundo e ajuda a compreender melhor o outro. “Essa experiência nos ensina a viver e desperta a empatia por outras pessoas. Dependendo do local, época ou cultura em que se passa a história, a leitura possibilita conhecer outros hábitos, culturas e costumes. A ficção transporta o leitor para outros mundos, desperta a imaginação e faz com que a gente se identifique com aquela história ou com os personagens”, diz. A pesquisa ainda apontou que 30% dos brasileiros nunca compraram um livro em toda a sua vida, mas Zoara ressalta que nunca é tarde demais para criar o hábito da leitura. Para conseguir esse feito, é preciso muita concentração e escolher livros que despertem o interesse do jovem leitor. “As pessoas não têm interesse porque não foram apresentadas a livros que as seduzissem e despertassem seu gosto e vontade de querer mais. A troca de experiências e compartilhar o que aprendeu com o livro é algo mobilizador, e é uma das estratégias fundamentais para conquistar jovens leitores”, conta. Entre as principais motivações para a leitura no Brasil estão o gosto (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%), atualização profissional ou exigência do trabalho (7%). A pesquisa ainda destacou que a bíblia é o livro mais lido pelos brasileiros em qualquer grau de escolaridade. Os outros títulos mais procurados foram A Culpa É Das Estrelas, A Cabana, O Pequeno Príncipe, Cinquenta Tons de Cinza, Diário de um Banana, Crepúsculo, Harry Potter e Dom Casmurro. Para finalizar, Zoara Failla sugere algumas medidas que o Estado poderia tomar para incentivar e facilitar o acesso aos livros. “Na época da escola, é preciso desenvolver práticas leitoras interessantes, como ter mediadores de leitura para garantir o interesse do aluno e escolher um livro que vá encantar a criança. Para os jovens e adultos, o acesso a bibliotecas abertas com acervos atualizados é fundamental para cultivar este hábito”. Neste link, você pode se informar sobre as bibliotecas públicas que estão espalhadas pela cidade de São Paulo: https://bit.ly/2Jve3gh