Movimento da periferia da Zona Sul de São Paulo concebeu clube de leitura que mudou a realidade de estudantes de uma escola pública da região e transformou a biblioteca da instituição em um ambiente vivo A partir da coletividade, da empatia e do compartilhamento de vivências, o Núcleo de Jovens Políticos (NJP) e a Companhia das Letras, com o apoio da gestão da E.E. Profª Amélia Kerr Nogueira, conceberam no extremo sul da cidade de São Paulo, no fundão de M’boi Mirim, uma proposta que vêm transformando a relação da juventude com tudo ao seu redor. O NJP é um movimento da periferia da Zona Sul de São Paulo, da região do Jardim Angela/Mboi Mirim, que busca a participação efetiva da juventude na construção de políticas públicas. Desde 2010 atua por meio de encontros, atos públicos, ações afirmativas e encaminhamento de demandas locais ao poder público. Trata-se de uma iniciativa que surgiu da necessidade de se fazer ouvir numa região abandonada pelo Estado. O Núcleo viabilizou o clube de leitura na escola por meio de uma aproximação junto à editora Companhia das Letras. A instituição de ensino possui um dos índices de mais baixos de desenvolvimento nas avaliações do Estado. “A participação de alunos, da gestão escolar, de instituições parceiras e da comunidade na construção do projeto foi o ponto essencial dessa jornada, cujo objetivo central é justamente fomentar uma política pública, a partir da capacitação da comunidade, para que possam entender e compartilhar a ação”, comenta José Alves, membro da comissão avaliadora do Prêmio IPL. O projeto realiza dez encontros anualmente, em um cronograma que acompanha o ano letivo. As atividades sa?o fomentadas no espac?o da Biblioteca da Escola, com o acompanhamento e participação da gesta?o, e a mediação de integrantes do NJP. Ao final do ciclo, os jovens participantes acumulam uma bagagem cultural enorme, num ritmo de leitura que se alinha a? estati?sticas de pai?ses desenvolvidos, por meio de um programa essencialmente simples, mas de acompanhamento conti?nuo. Entre 2016 e 2017 cerca de 2.060 livros circularam pela escola e cerca de 140 alunos participam do projeto. A biblioteca da escola foi reformada e carinhosamente batizada de Quilombo Mirim. Hoje ela funciona sem a ajuda de mediadores de leitura, e possui uma estrutura multimodal.