Projeto promoveu cursos, oficinas, leituras públicas e atividades que favoreceram o diálogo da Literatura com outros segmentos culturais, como Audiovisual e a Música. Assim, estimulou a produção e a fruição literária em suas diversas formas na cidade de Botucatu, em São Paulo Por Leonardo de Sá A relação entre a escrita e a leitura é inegável, afinal, todo bom escritor é, sem dúvida, antes de mais nada, um grande leitor. Com o intuito não só de promover a difusão dos hábitos de leitura, mas também estimular a produção literária, o compartilhamento de materiais autorais e corroborar com o surgimento e encontro de novos escritores locais, o projeto “Akangatu – A Palavra Feito Forma” entende que a escrita é uma ferramenta fundamental para a construção e partilha de saberes entre os indivíduos e o mundo ao seu redor. Realizado em Botucatu, interior do estado de São Paulo, este projeto é um grande exemplo da importância dos editais públicos no fomento e manutenção das atividades culturais de caráter pedagógico. Idealizado e produzido pelo NADA Estúdio Criativo, o projeto organizou, ao longo de doze manhãs seguidas, entre os meses de abril e junho, atividades completamente gratuitas relacionadas à literatura. Sediado na Biblioteca Municipal da cidade, o “Akangatu” foi responsável por promover oficinas de criação literária com caráter temático relativo aos gêneros – prosa e poesia – além de uma oficina de publicação independente, rodas de leitura, saraus e contação de histórias. O projeto contou com o auxílio das redes sociais para realizar sua divulgação, além das rádios locais e de um carro de som responsável por circular em regiões específicas de Botucatu, intervindo na realidade local por meio da emissão de frases icônicas, referentes ao hábito da leitura. Já nas vésperas das atividades, a mensagem circulante pelas ruas da cidade mudou: desta vez convidava oficialmente os moradores da cidade a comparecer aos sábados à Biblioteca Municipal de Botucatu, especialmente aberta neste dia da semana para acolher as atividades do projeto. Tal iniciativa não passou sem deixar rastros: “Teve um resultado não previsto e que pode ter um impacto importante para o município que é a possibilidade da biblioteca passar a abrir aos sábados”, comenta Pamela Dietrich, membro da comissão avaliadora do Prêmio IPL, a respeito da demanda surgida após o projeto. As atividades, de tão bem-sucedidas, contaram, em muitas vezes, com o dobro do público previsto e presença recorrente em mais de uma oficina, gerando um engajamento tão aguerrido e coeso entre si que, mesmo após o término da vigência do projeto, originou-se um grupo de ação disposto a dar a continuidade a este trabalho sobre literatura desenvolvido junto a comunidade. O primeiro fruto desta união já deu as caras em Botucatu: em setembro, realizado de forma totalmente independente, a cidade foi palco do 1º Sarau Akangatu.