Projeto itinerante e gratuito que circulou o Brasil recebia um exemplar de qualquer obra literária e devolvia ao doador um outro livro, por meio de uma máquina. Assim, estimulava o hábito da leitura por onde passava Por Leonardo Sá Se tem uma coisa que todo leitor ávido por novas aventuras sabe é que não devemos relegar os livros às nossas estantes. Promover a circulação de exemplares e títulos serve não só para ampliar nosso espectro de conhecimento, como também estimular a formação de novos leitores. Para dinamizar essa troca de exemplares, imagine uma máquina capaz de trocar livros já lidos por novas histórias sem cobrar nenhum centavo pelo serviço. Essa máquina – “A Incrível Máquina De Livros” – já existe, graças a iniciativa do Infinito Cultural Eireli. Ela funciona da seguinte maneira: você insere um exemplar que já tenha lido e que esteja disposto a colocar em circulação. Aperta um botão, aguarda alguns segundos e pronto! Ela te presenteia com um novo título surpresa, num interessante ritual interativo que dá ao hábito de trocar livros ares de filme de ficção científica. Como não há cobrança para participação, isto é, basta entregar um exemplar à máquina em troca de um outro título, trata-se de um projeto amplamente democrático cujo público-alvo é irrestrito e abrangente. Mas não só: dada a extensão nacional de sua atuação, “A Incrível Máquina de Livros” torna-se responsável por realizar uma troca entre duas pessoas de cidades diferentes que seria muito improvável de acontecer. É um exemplo de como a tecnologia pode ser aplicada na superação das distâncias e na subversão das impossibilidades humanas. O projeto da Infinito Cultural Eireli já circulou por cerca de 20 cidades brasileiras, tendo iniciado suas atividades durante o Festival Literário de Poços de Caldas – Flipoços, em sua edição de 2018. De lá pra cá, “A Incrível Máquina de Livros” foi responsável por promover a circulação de mais de 200 exemplares entre as cidades de Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Niterói, Goiânia, Brasília e Ribeirão Preto só no primeiro semestre de 2018. No segundo semestre, ela esteve ainda na região sul do país, percorrendo as cidades de Porto Alegre, Florianópolis, Blumenau, Curitiba e Londrina, vindo a encerrar suas atividades em São Paulo, na 25ª Bienal Internacional do Livro, tradicional evento da capital paulista. “É um projeto coerente, com objetivos claros e resultados formalmente apresentados. Entretanto, depende cem por cento de patrocínio para que possa ter continuidade”’, avalia Pamela Dietrich, membro da comissão avaliadora do Prêmio IPL.