Iniciativa que se difundiu por meio de seu site reúne pessoas em clubes de leituras para lerem obras escritas por mulheres está presente em mais de 80 cidades em todos os estados brasileiros O Leia Mulheres nasceu da constatação de três amigas feministas e apaixonadas por literatura de que em suas próprias estantes de livros predominavam títulos escritos por homens. Tudo isso se deu porque, em 2014 Juliana Gomes, Juliana Leuenroth e Michelle Henriques aceitaram o projeto proposto pela escritora Joanna Walsh: #readwomen2014 (#leiamulheres2014) que consistia basicamente em ler mais escritoras A partir daí, as amigas organizaram um coletivo cujo projeto é estimular a leitura, o debate e a divulgação de livros escritos por mulheres, a partir da organização de clubes de leitura e de eventos sobre literatura em livrarias, centros culturais e bibliotecas. “Hoje acredito que o mercado editorial vê as autoras de outra forma e toma consciência de que quase 70% dos leitores são mulheres”, diz Juliana Gomes. Além disso, o Leia Mulheres mantêm um site atualizado com críticas e resenhas de livros escritos por mulheres.“Tudo começou em São Paulo depois foi para o Rio de Janeiro e Curitiba onde amigas mediam os clubes. Depois disso se tornou algo orgânico e a comunicação feita por redes sociais até chegar a quase 80 cidades que temos hoje”, afirma Juliana Gomes. “Pretendemos atingir ainda mais cidades, viabilizar a leitura de ainda mais autoras e num futuro próximo gostaríamos de ajudar ainda mais a formação de leitores”. Durante os encontros, a mediação é feita exclusivamente por mulheres de diferentes profissões, que leem os mais variados estilos literários em todo o país de maneira gratuita para os leitores. O Leia Mulheres faz parceria com editoras, livrarias e instituições mas não há intermediários. Todo e qualquer contato apenas é feito diretamente pelas gestoras do projeto e pelas mediadoras das respectivas cidades. “A iniciativa conquistou uma grande repercussão e reconhecimento de eventos literários de todo o país. As organizadoras estimam ter impactado 2 mil pessoas no ano passado com seus eventos”, diz Manuel da Costa Pinto, da comissão avaliadora do Prêmio IPL.