Editorial: Sofrido mercado editorial brasileiro merece reflexão para se recuperar
Metrô News – Jornais Online – SÃO PAULO – SP – Brasil – INSTITUTO PRO LIVRO
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Em comparação com a edição anterior, em 2016, houve 30% menos expositores, além de queda de 7,5% no número de autores. A situação das livrarias é caótica e reflete, diretamente, nas editoras. Neste ano, Saraiva e Cultura, por exemplo, têm atrasado pagamentos e já deixaram de comercializar produtos de algumas editoras. Em 2017, o Brasil encerrou o ciclo de quatro anos seguidos de retração no mercado editorial. Mas isso não quer dizer que os números foram bons.
Com os calotes das livrarias, as editoras também têm passado sufoco e até cancelado lançamentos ou interrompido o recebimento de originais. Tudo isso tem relação, obviamente, com a crise econômica que o País atravessa e o alto desemprego. Porém, também há outros fatores. O mercado de e-books cresce anualmente, o que reduz o faturamento para os livros físicos. As novas ferramentas de autopublicação, disponíveis em sites como Amazon, Clube dos Autores e Perse, também ampliaram a concorrência. Apesar de tudo isso, o fator cultural ainda é o nosso calcanhar de Aquiles.
Cerca de 44% dos brasileiros não lêem livros, segundo pesquisa Ibope/Instituto Pró-Livro. E a média de obras lidas por ano é baixa: 4,96, sendo que apenas 2,88 deles são por vontade Própria. A situação brasileira é diferente da de outros países da América Latina.
Na Argentina, por exemplo, a inflação afetou diretamente o mercado editorial, que foi salvo pelas compras governamentais, especialmente para as escolas. Já no Chile, os livros infantis têm aquecido o mercado. No Brasil, essa questão não se trata apenas de economia. Um novo olhar sobre a educação básica é fundamental para criar uma geração de leitores. Só isso pode manter firme o mercado editorial, tão essencial para a formação humana. Caso contrário, o calvário será o destino de muitas editoras e livrarias.