Projeto inclui a oficina gratuita em leitura inclusiva para 300 bibliotecários, professores e educadores de dez cidades do Estado A partir deste mês, o Governo do Estado de S.Paulo, Secretaria da Cultura e a Fundação Dorina Nowill para Cegos promovem mais uma importante iniciativa em prol da democratização da leitura digital acessível. Com patrocínio da White Martins e Fox Conn, o projeto Leitura Digital Acessível garante a produção de 12 mil livros em formato Daisy (Digital Accessible Information System), distribuídos gratuitamente a 1 mil instituições paulistas, entre elas, bibliotecas, escolas públicas e projetos sociais. O implemento de novas obras nos acervos de São Paulo conta com títulos infantis, infanto-juvenis, clássicos nacionais e internacionais, best-sellers e quadrinhos. O Leitura Digital Acessível traz ainda uma importante inovação. Pela primeira vez, os livros em formato acessível Daisy foram feitos com gravação de voz humana na leitura das obras. Para o projeto, serão disponibilizadas versões acessíveis das obras A bruxa de Salomé, de Audrey Wood; A guerra não tem rosto de mulher, de Svetlana Aleksiévitch; A insônia do vampiro, de Ivan Jaf; Biblioteca de almas e Cidade dos etéreos, de Ransom Riggs; Escândalos privados, de Nora Roberts; Martin e Rosa: Martin Luther King e Rosa Parks, unidos pela igualdade, de Raphaele Frier; Meu livro de cordel, de Cora Coralina; Não fale com estranhos, de Harlan Coben; O orfanato Srta. Peregrine, livros 1 e 2, de Ransom Riggs; O outro pé da sereia, de Mia Couto, e Os escorpiões contra o círculo de fogo, de Ignácio de Loyola Brandão. “A produção dos livros em formato acessível é uma importante maneira de democratizar o conhecimento e acesso à cultura para milhares de pessoas com deficiência visual, permitindo, por exemplo, a descrição de figuras e ilustrações fundamentais para a leitura e compreensão de todo o conteúdo elaborado por autores”, diz Alexandre Munck, superintendente da Fundação Dorina Nowill para Cegos. Disponibilizados em CDs, os livros do projeto Leitura Digital Acessível possuem mecanismos de buscas por palavras, são editados com notas de rodapé opcionais, marcadores de texto, soletração, leitura integral de abreviaturas e de sinais, além da pronúncia correta de palavras estrangeiras. “Com o projeto, buscamos conferir mais independência e autonomia aos leitores cegos ou com baixa visão de todo o Estado de São Paulo, além de acesso a obras aclamadas nacional e internacionalmente”, comemora Munck. Vale lembrar que para acessar os conteúdos dos livros em formato Daisy é necessário o uso de programas gratuitos como DDReader. Oficina de leitura inclusiva Para que o formato acessível seja cada vez mais conhecido e difundido é preciso ir além da distribuição dos livros. Por isso, o projeto Leitura Digital Acessível inclui ainda a formação de 300 bibliotecários, professores e educadores das cidades de Araraquara, Bragança Paulista, Campinas, Mogi Mirim, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos e São Paulo. As oficinas ministradas pela equipe da Rede de Leitura da Fundação Dorina Nowill para Cegos são gratuitas e serão realizadas entre os meses de março e junho deste ano. A programação da oficina envolve temas como: a pessoa com deficiência visual e a leitura, acessibilidade e o uso dos livros em formato acessível, além de orientações técnicas e práticas sobre o uso do livro Daisy e informações sobre o ePub3. Os interessados em participar podem se candidatar a uma vaga gratuita e acompanhar a agenda de oficinas pelas cidades envolvidas no site www.redeleiturainclusiva.org.br. Sobre a Fundação Dorina Há mais de 70 anos, a Fundação Dorina Nowill para Cegos trabalha para que crianças, jovens e adultos cegos e com baixa visão sejam incluídos em diferentes cenários sociais. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de orientação e mobilidade, clínica de visão subnormal e programas de inclusão educacional e profissional. Responsável pela primeira Imprensa Braile do país, que segue sendo a maior em capacidade de produção da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braile, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, sites acessíveis, audiodescrição e consultorias especializadas. Contando com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, em 2017, a Fundação Dorina Nowill para Cegos foi reconhecida pela revista Época e pelo Instituto Doar como uma das 100 Melhores ONGs para Doar no Brasil, confirmando a seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes: www.fundacaodorina.org.br.