A inexistência de uma área de convívio agradável motivou grupo de jovens a arquitetar um ambiente para que todos se sintam acolhidos na escola Sair muito cedo de casa para assistir as aulas e voltar muito tarde, por conta dos longos trajetos, é uma realidade bastante comum para milhões de alunos brasileiros, especialmente aqueles que habitam em áreas rurais. A escola, então, se torna a segunda casa dessas crianças e jovens. Mas o que fazer quando falta, na escola, um espaço agradável e acolhedor para os estudantes? A partir dessa provocação, um grupo do 8º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Antônio Henrique Filho, de Brasilândia (MS), criou o “Espaço Acolhedor”: um local confortável e receptivo para que todas as pessoas – em especial as que moram na área rural – pudessem passar o tempo, ler, estudar ou jogar vídeo game, enquanto aguardavam o transporte para casa. O projeto foi um dos finalistas do Desafio Criativos da Escola de 2017. Motivados por um sentimento de empatia, os jovens reformaram uma sala que era usada como depósito e instalaram, ali, o “Espaço”. Tudo foi feito com muita criatividade, determinação e trabalho em equipe. Divididos em comissões, eles protagonizaram trabalhos de divulgações, pinturas, confecções de pufes feitos com garrafas PET e ações para arrecadação de fundos. O grupo também se empenhou em dar um toque regional para homenagear a cultura sul-mato grossense: pincelaram uma imagem do cantor e compositor Almir Sater; retrataram a cultura boiadeira e os trabalhadores rurais; transcreveram a poesia de Manoel de Barros; e, com a ajuda de colegas de origem indígena participantes do projeto, criaram um painel para valorizar as comunidades Ofaié e Guarani. O projeto, que teve início em junho de 2017, contou com a ajuda de cerca de 80 alunos, sendo dez deles moradores da área rural. Além de unir a turma, a iniciativa contribuiu com o despertar de diversos talentos entre esses jovens, que planejam continuar e melhorar ainda mais o espaço. Os próximos passos agora são pleitear a substituição dos computadores quebrados e a ampliação da oferta de livros disponíveis. Outra importante conquista é que, a partir do projeto, outras escolas da região de Brasilândia se inspiraram a criar outros espaços acolhedores.