Criado para incentivar a leitura entre as pessoas que circulam pelo Sistema de Justiça do Distrito Federal, o projeto consiste no empréstimo de livros variados a qualquer pessoa, esteja ou não vinculada a algum processo judicial. Os interessados também podem levar livros a pessoas de sua convivência. As obras literárias também têm sido usadas para diminuir as condições de medidas penais Além de garantir horas de prazer, a leitura alimenta o raciocínio e auxilia as pessoas a tomar decisões inteligentes e maduras. Livros, de fato, podem mudar vidas. Pensando nisso, o projeto Ler é legal foi criado pelas Promotorias de Justiça do Fórum Leal Fagundes, com o objetivo de incentivar a leitura entre os que circulam por lá. Consiste no empréstimo de livros variados a qualquer pessoa, esteja ou não vinculada a algum processo judicial. A iniciativa foi uma das vencedoras da categoria Organizações Sociais Civis da segunda edição do Prêmio IPL Retratos da Leitura. Para o promotor de Justiça Fausto Rodrigues, idealizador do projeto, o reconhecimento é muito gratificante. “O ato de ler forma cidadãos conscientes e que não toleram injustiças, como a corrupção ou a violência. Essa premiação é importante porque nos dá força para enfrentar os desafios que o projeto tem de abrir uma porta, para que as pessoas se sintam incentivadas a ler mais, ou mesmo iniciar esse hábito, diante de tantas distrações atuais”, diz. Inicialmente, o gestor do projeto adquiriu alguns livros interessantes (best-sellers e sucessos infanto-juvenis) e passou a convidar algumas pessoas em audiência para pegá-los emprestado. Num dos casos, em que se apurava um crime de maus-tratos praticado por um pai contra sua filha de 16 anos, o pai noticiou que não dialogava com adolescente há anos, apesar de morarem na mesma residência. O pai levou um livro para ele e outro para a filha, que não tinha comparecido à audiência. Após alguns dias, pai e filha compareceram juntos na Promotoria para devolver o livro, ocasião em que dialogavam sobre as histórias que leram). Portanto, o livro abriu um canal de diálogo e chegou onde o sistema de justiça não conseguiria penetrar, incentivando as Promotorias a formalizar o projeto. Em seguida, foi realizada uma campanha interna em todo Ministério Público do Distrito Federal para doação de livros, na qual foram arrecadadas mais de 500 (quinhentas) obras literárias. Daí, a assessoria de arquitetura do MPDFT elaborou um layout para modificar as promotorias (que transformou um espaço de arquivo numa livroteca), e a assessoria de comunicação preparou quadros e adesivos para compor o ambiente. Os móveis (estantes e poltronas) foram doados pelo gestor do projeto, o promotor de justiça Fausto Rodrigues de Lima. A biblioteca tornou-se um lugar humanizado e acolhedor ao público. Antes de o espaço ser inaugurado, foi realizada uma oficina de intermediação de leitura com os servidores das Promotorias de Justiça. Paralelamente, os organizadores do projeto criaram uma página na internet, para que os internautas possam dar dicas de leitura ou doar livros. Os resultados alcançados pelo projeto ultrapassou os muros do Ministério Público. Dentre eles, destacam-se: juízes e promotores passaram a propor a leitura como forma de diminuir medidas penais; profissionais da área de educação passaram a contribuir voluntariamente com a iniciativa; o público (interno e externo) passou a ler com mais frequência; abriu-se um canal de comunicação com os cidadãos, por meio de página do projeto no site do MPDFT, possibilitando a troca de dicas de leitura entre os internautas; criou-se momento literário, em que os servidores do MPDFT se reúnem para compartilhar leituras. Quer saber mais sobre a iniciativa ou colaborar com o projeto? Acesse o site do projeto aqui.