A Fundação Dorina Nowill para Cegos nasceu há 71 anos já acreditando na leitura como base para o empoderamento das pessoas com deficiência visual, tendo como seu primeiro nome Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Ao longo de sua história, além de realizar atendimento especializado a cegos e com baixa visão, também investiu na produção e distribuição de livros acessíveis em diversos formatos, considerando as diferentes possibilidades e recursos de leitura desse público. Visando um maior impacto na promoção da leitura para as pessoas com deficiência visual, bem como potencializar a utilização dos livros acessíveis, a Fundação Dorina desenvolveu um projeto de incentivo à formação de uma Rede de Leitura Inclusiva. Essa proposta tem por objetivo mobilizar e estreitar o relacionamento entre os diversos atores que intermediam ações de leitura, como educadores, agentes de bibliotecas, organizações sociais e governamentais, de forma que estes possam se sentir preparados. A ideia do projeto é que a Fundação Dorina seja uma facilitadora e não dona do processo, a fim de estimular que as organizações sejam cada vez mais autônomas em suas iniciativas, estimulando assim o vínculo constante dessas instituições e pessoas na promoção de ações locais estratégicas e inclusivas em todos os sentidos. Como funciona o trabalho? A Rede Nacional de Leitura Inclusiva trabalha com profissionais em todo o Brasil em prol da leitura inclusiva. São todos os profissionais que, de alguma forma, intermediam a leitura. Hoje, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal participam da Rede Nacional de Leitura Inclusiva. São mais de 20 Grupos de Trabalho (GTs estaduais), com cerca de 300 instituições em articulação em prol da leitura inclusiva. O desenvolvimento do projeto se dá em quatro etapas:1.Aproximação: contato com instituições. 2.Mobilização: durante as visitas, são indicadas as possibilidades de ação e as potencialidades do trabalho em rede. 3. Formação de GTs, pessoas e instituições que mobilizem a rede de seu estado.4. Encontros estaduais de GTs para compartilhar experiências. Em encontros estaduais, verificou-se como se deu a conquista da capilaridade, isto é, as instituições multiplicam a proposta localmente, conquistando novas adesões e garantindo o diálogo local. A forma de organização também é um processo que avança, segundo os organizadores. Por ela ser orgânica, cada grupo se articula da maneira mais adequada a eles, o que amplia as temáticas abordadas, que vão para além da leitura para pessoas com deficiência visual, assim como os tipos de deficiência contemplados nas ações. O projeto ficou entre os finalistas do prêmio Ações Inclusivas da Secretaria Estadual dos Diretos da Pessoa com Deficiência – São Paulo – e foi um dos finalistas da primeira edição do Prêmio IPL. Para conhecer mais sobre o projeto, clique aqui.