Nem tudo na vida precisa necessariamente ser verbalizado para ser ensinado. Ensina-se pelo exemplo, agindo, sentindo, mostrando amor ao que faz. Com a chegada do dia das mães, o Instituto Pró-Livro responsável pela segunda edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil achou por bem homenagear aquela que verdadeiramente vive fazendo a diferença na vida das pessoas. Segundo os resultados da pesquisa, um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 51% dos leitores tem na mãe sua grande incentivadora no processo de ler por prazer. O papel dos pais mostra-se mais relevante ainda quando são feitas comparações entre leitores e não-leitores. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas citam as mães como quem mais as estimularam a ler. A importância feminina é ainda maior no Norte (59%) e no Nordeste (56%) do país, muito acima dos professores.
O melhor é que para estas mulheres guerreiras está claro que ler não é só aprender a decodificar os códigos e símbolos da escrita. A leitura torna a viagem acessível, libera sentimentos, paixões, amplia a visão e mostra que os sonhos auxiliam na formação da realidade. Segundo comentário do célebre escritor Moacyr Scliar “a própria palavra símbolo é muito significativa. Vem do grego symbolon, em que syn quer dizer juntos, e bolon é arremessar. Unidos por símbolos nós, humanos, nos arremessamos juntos nesta aventura que é a vida. Juntos, não separados; este caráter de união que o símbolo proporciona é uma coisa importante.”
Moacyr Scliar ainda comenta em seu artigo que faz parte do livro Retratos da Leitura no Brasil o quanto sua mãe teve participação em sua formação como leitor e depois na decisão de ser escritor. “Minha mãe era imigrante; foi à escola, terminou o curso normal (era professora primária, como se dizia na época) e uma grande leitora – tão fã de José de Alencar que deu ao filho o nome de um dos personagens criados pelo grande escritor. Ela fazia questão de que os filhos lessem, e uma vez por ano levava-me à Livraria do Globo, no centro de Porto Alegre, onde havia uma espécie de feira do livro. Eu ficava absolutamente deslumbrado naquela enorme livraria, e a vontade que tinha era de comprar todos os livros alí existentes. Mas eu sabia que livro custa dinheiro, sabia que na nossa casa a grana era escassa, de modo que lhe perguntava quanto eu estava autorizado a gastar. E a resposta dela era uma só: na nossa casa não pode faltar livros, compra quantos quiseres.”
Assim como fez a mãe de Scliar, muitas outras mulheres têm iniciado seus filhos e sua família no mundo da leitura, mostrado seus encantos apesar de tantos outros estímulos que os jovens têm hoje com o advento da internet, dos jogos de videogame e muito mais.
O IPL parabeniza a todas as mães e mulheres pela luta permanente para formar leitores e brasileiros melhores e parodia o que foi dito por Monteiro Lobato: “Um país se faz com homens e livros”. Com suas ações e exemplo hoje as mulheres certamente estão colaborando para uma sociedade brilhante.
Mais informações sobre a pesquisa, acesse o site: www.prolivro.org.br
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