A leitura redime a cidadania

O 1º Emil (Encontro Mundial da Invenção Literária) foi uma incrível maratona pelo mundo do livro, com 200 horas de programação, 120 autores, 25 livrarias, bibliotecas, centros culturais e a participação de milhares de leitores!

A iniciativa uniu a APL (Academia Paulista de Letras), (Associação Nacional de Livrarias) e CBL (Câmara Brasileira do Livro) no ideal de fazer da leitura a grande plataforma de transformação do País! Somente o livro — democratizado, presente nos lares, escolas, cidades grandes e pequenas e comunidades mais remotas — nos conduzirá ao desenvolvimento.

A comunicação de massa integra o ser humano no seu tempo e no seu espaço. Porém, a leitura o redime como cidadão, cujas prerrogativas só se exercem de modo pleno à luz do conhecimento. Por isso, precisamos manter inesgotável esforço, mobilizar todos os recursos necessários e promover o máximo engajamento da sociedade civil e do setor público para que a causa do livro seja vitoriosa. O desafio é imenso, considerando que ainda é muito baixo o índice de leitura no Brasil, de 1,7 livro por habitante/ano.

Não podemos nos resignar a isso. É premente disseminar a leitura em todos os sentidos e dimensões, como subsídio ao Brasil que queremos, ou seja, uma nação mais próspera, mais avançada politicamente e socialmente justa. O Emil contribui para isso, ao articular e potencializar o incentivo ao livro. A participação da CBL inseriu-se em sua mobilização e esforço amplo para estimular a leitura. Nesse sentido, enfatizo a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, terceiro maior evento do gênero em todo o mundo, atrás, apenas, das feiras de Frankfurt e Chicago. A cada edição, como ocorrerá na de 2016, buscamos inovar e atrair mais pessoas.

Com o mesmo propósito, a CBL apoia feiras em todo o Brasil. E, com a participação em eventos internacionais, estamos transformando nosso país em exportador de livros físicos e direitos autorais. Esta é uma ação conjunta com a Apex Brasil, por meio do projeto Brasilian Publishers.

A cada dia, acreditamos mais na força do livro, como acabamos de constatar no Prêmio Jabuti, considerado o mais importante do mercado editorial brasileiro: em sua 57ª edição, recebeu 2.573 inscrições, um dos índices recordes de sua história. O número representa uma vitória do livro sobre a grave crise econômica que o Brasil enfrenta. É um resultado emblemático, que nos lembra, mais uma vez, o poder transformador da leitura.

É nesse contexto que vislumbramos o Emil, que, dentre tantos atrativos, teve um aspecto significativo quanto aos professores: a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil os posiciona como principais incentivadores do hábito de ler, segundo indicaram 45% dos entrevistados. Assim, é muito importante que os mestres, como ocorreu no evento, tenham cada vez mais estímulos e possibilidades de acesso ao livro. Devemos, cada vez mais, capacitar docentes para dinamizar sua atuação de incentivo à leitura.

O 1º Emil foi importante para a disseminação do livro. Constituiu-se na gênese de um evento que, com certeza, se consolidará como um dos mais importantes do calendário cultural de São Paulo, integrando-se à causa do livro, decisiva para legarmos um Brasil melhor às futuras gerações.