Região Sudeste aparece como um dos principais polos para livros digitais e o maior consumidor editorial do País

A 3ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, lançada, dia 28 de março, pelo Instituto Pró-Livro revela que o Sudeste do País apresenta o maior potencial para a inclusão dos livros digitais no cotidiano da população. Segundo dados do levantamento, considerado hoje o  principal estudo do comportamento leitor do brasileiro, nos estados que compõem a região estão concentrados quase metade dos leitores de e-books, com 47%. 

De acordo com Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro, os dados acima refletem a concentração de jovens que estão antenados  nas novas tecnologias, como os tablets e e-books. “O Sudeste brasileiro, por exemplo, apresenta os melhores índices do País de adolescentes e  adultos nos ensinos médio (30%) e superior (13%). Essas faixas etárias são as que mais consomem produtos e inovações do mundo tecnológico”, afirma. 

“Sendo assim, é natural que a região, notadamente com forte apelo econômico, tenha uma tendência a inserir esses equipamentos como novas formas de leitura. Na verdade, já vemos esse movimento em algumas pessoas”, analisa Karine. “Outro fator que contribui à  inclusão dos livros digitais no Sudeste é o grande número de pessoas que acessam a internet”, ressalta. De fato, cerca de 37,5 milhões afirmam acessar a rede mundial de computadores na região. 

Quando o assunto é o acesso às obras, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo aparecem como o principal mercado de compra de livros do Brasil. Dados da pesquisa mostram que na base de 38 milhões de leitores, cerca de 50% afirmam que a compra é a melhor maneira de se obter um livro. Emprestados por particulares aparecem com 35%, enquanto que por bibliotecas e escolas foram citados por 26%. 

De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, a população no Sudeste lê quatro livros por ano, uma queda de 0,9 em relação à  pesquisa de 2007. “Como aperfeiçoamos a metodologia da pesquisa, como a inversão de perguntas e o acréscimo de outras, é comum que haja diferenças no comparativo das últimas edições do estudo”, afirma Karine Pansa, do IPL. 

Quando abordamos os últimos três meses, período adotado como sendo mais fácil para o entrevistado na hora das perguntas, o número de livros lidos chega a  1,84. Deste dado, porém, o levantamento mostrou que houve uma melhora no número de livros lidos inteiros, registrando-se 1,04 livros contra 0,80 dos lidos em partes. 

 Além disso, há aumento nos exemplares lidos por iniciativa própria, que chega a 1,19, contra apenas 0,64 dos indicados pela escola, que se  dividem entre 0,45 de  didáticos e 0,19 de literatura. Dos que optam espontaneamente, o gênero mais lido é literatura, com 0,41, seguido de livros religiosos, com 0,25, e da Bíblia, com 0,18. Outros contabilizam 0,34. 

Apesar da leve queda em relação à quantidade de livros por ano, a região Sudeste hoje se mantém praticamente estável quando o assunto é a porcentagem total de  leitores, passando de 45% em 2007 para 43% na  pesquisa atual. Além disso, a relação entre leitores e não leitores ainda dá maior margem aos leitores, com 43% dos entrevistados.